Boquiaberta

terça-feira, março 18, 2008

igualdade

e mesmo tendo já conhecido diversas pessoas em diversas situações, pensei que algum dia seria diferente. pensei que pudesse realmente existir no mundo quem me surpreendesse. mas todos acabam magoando. sem exceção.

quarta-feira, março 12, 2008

o filho

alguma coisa me aflige. esqueci de tudo e de todos enquanto a madrugada não me deixou dormir profundamente. um toque lento e macio me descia o dorso e não havia mãos, lençóis ou qualquer coisa física, foi só um arrepio. paralisei de medo do futuro, medo de ter feito o que não devia, o que não queria. medo de ter me perdido e deixado nas mãos de outrém a tarefa que só a mim foi delegada.
joguei tudo aos ares, virei a bunda na cara do mundo e quis andar nua, livre, só. não recebi nenhum tipo de glória. cheguei a parte mais podre de mim e quero dizer que eu gosto. gosto de sofrer e reclamar. gosto do desastre, de chorar, de cair. mudei para nunca mais olhar triste os olhos de quem não me olha, de quem finge que não vê.
prefiro agora sair dando tapas e sorrindo do nada e do tudo. me fizeram de boba e eu cai. resolvi vestir a carapuça.

terça-feira, março 04, 2008

arroz de geladeira

que raiva. de ser e sentir. raiva da puta que mora em mim.
eu mendigo carinho, espero sentada o copo de groselha que vem tarde, amargo, sem açucar.
que se foda eu ou você. não quero mais sentir sua presença. não quero mais ser sua amiga, sua amante, namoradinha.
merda de vida que sai comigo toda manhã e insiste em ser difícil (quer ser lady, mas no fundo é plebéia). me contento com o ócio, com o pó.
não quero ser ninguém, ilustres desconhecidos. quero ser mais um alguém interessantíssimo no meio da vasta multidão.