Boquiaberta

terça-feira, novembro 29, 2005

Capacidade de Dissimular

O mundo aparenta estar girando mais rápido nos últimos anos. Toda essa tecnologia ao invés de libertar o homem faz questão de escravizá-lo a preços absurdamente altos. Junto à correria e ao stress a que somos submetidos está embutida uma parcela de dissimulação.
A dissimulação dos empregados para com os patrões - obrigados ao "bom dia", que obvimente seria trocado por um palavrão qualquer - , a dissimulação dos alunos para com os professores - que os colocam como ídolos mas na hora de escolher a profissão, a 1ª área descartada é o ensino - , a dissimulação entre namorados - "eu te amo, chuchu" mas amo outras tantas também - , a dissimulação entre pais e filhos - estes se dizem injustiçados e esforçados enquanto aqueles se dizem perfeitos, incapazes de uma injustiça - , para mim a pior das dissimulações é a que ocorre entre "amigos".
Seu amigo não precisa ser enganado porque você precisa dele para se sustentar; ele não te mandará embora por não ouvir um "bom dia". Seu amigo não precisa ser seu ídolo; você não precisa massagear o ego dele para que haja admiração. Seu amigo não precisa trair ou ser traído, ele é um amigo... Se algo parecido acontecer você rompe com ele e ponto. Não existem deveres e/ou responsabilidades sobre você; não precisa demostrar aos quatro cantos como ele é um bom amigo.
Dissimulação mais tola, inútil, vergonhosa e comum...
(Acontece. É incrível mas acontece.)
A amizade deve ser pura, deve ocorrer em um átimo de encantamento; sem jogo de interesses e sem obrigatoriedade. Acontece entre alguns casais, que são além de amantes, amigos. Está presente entre alguns pais e filhos, raramente entre professores e alunos. Entre patrões e empregados é o caso mais raro (se alguém tiver conhecimento de algum, por favor manifeste-se). O amor verdadeiro... Esse é o "bandido". Ele acaba com essa capacidade que o ser humano tem de dissimular ( e ainda bem que tem remédio).
Ao invés de sempre tentar agradar com palavras vazias, deveríamos pensar em agradar só com palavras desenhadas por mãos sinceras. E talvez as que desagradem nem precisem ser ditas... só em caso de extrema necessidade (ou merecidamente). Uma conquista pessoal que atinge muitos; alguns só a espera de um sorriso seu. Não custa, não gasta tempo e não dói.
Deixe dissimulações para o teatro.
E para os olhos oblíquos de Capitu