Boquiaberta

segunda-feira, maio 05, 2008

grata

tinha no cabelo o último laço feito pela mãe e no tornozelo uma correntinha delicada. andou sozinha por um tempo, sem tristeza, sem se arrepender. vestiu sua melhor roupa, tomou um chá quente e saiu com as mãos e os pés tão livres quanto a bactéria que nem pede licença ao entrar no organismo. deixou-se rir e chorar. deixou-se levar tão intensamente por todas as emoções que surgiram, mesmo mentiras ou verdades absurdas. não teve medo, não tinha medo. ilesa de desilusões e com a capacidade de superar qualquer tipo de dor. mentiu na minha cara, desgraçado. obrigada. hoje em dia eu gosto de você e passo a mão por seu cabelo grande com imenso torpor. seus braços abraçam o vazio e os meus a grande e bonita felicidade. obrigada.